Pinky estava caído de cara no
chão, sem lembrar direito por quê. Quando enfim se levantou, olhou em volta, e
atmosfera era de um frio cinza e pesado, já que chovia do lado de fora da casa
e a lareira enchia a sala de fumaça. Andou até a porta, mas não conseguiu
abri-la de imediato. Resolveu dar alguns chutes, e a porta enfim cedeu.
O corredor era longo, se estendia
para os dois lados. Pinky resolveu ir pela esquerda, mas não viu nenhuma porta
por um bom tempo. Finalmente, no fim do corredor, havia uma porta com uma
enorme placa acima dizendo “SAÍDA”. Ao abrir a nova porta, Pinky se deparou com
um jardim amplo, cheio de cercas vivas, arbustos e pequenas árvores. Caminhou
um pouco pelo jardim, mas, ao se virar, percebeu que havia se perdido no meio
das plantas. Começou a correr, desviando de tudo que estivesse em seu caminho
até que, finalmente, chegou aos portões da mansão. Deu uma última olhada para o
velho casarão e saiu de lá depressa. A mansão, que ficava no fim de uma estrada
de terra, tinha um lago à sua esquerda e um bosque à direita, de onde vinha a
estrada. Pinky foi seguindo o caminho lamacento que entrava cada vez mais no
bosque. Em determinado ponto, Pinky não sentia mais as gotas da chuva, mas não
sabia dizer se ela havia parado ou se simplesmente a vegetação acima de sua
cabeça era densa demais para que os pingos passassem. Depois de pelo menos uma
hora de caminhada, Pinky chegou até uma estrada asfaltada, mas não viu nenhum
carro por perto. Resolveu parar para descansar, encostando-se em uma pedra
grande e cinzenta que viu por perto, e logo adormeceu.
Quando acordou, Pinky se cagou de
medo, pois havia em sua frente um enorme urso, que se preparava para atacar.
Pinky não conseguia se mexer, não sentia sua arma na cintura e tinha certeza de
que aquele seria seu fim. O urso ficou em pé sobre as patas traseiras, levantou
as dianteiras e, quando ia cair com tudo sobre ele, desistiu e foi embora.
Pinky mal podia acreditar na sua sorte, e não entendia porra nenhuma do que
estava acontecendo. Resolveu tentar sua sorte na estrada, mas não a viu de
imediato. Era como se tivesse entrado mais ainda na floresta enquanto dormia, o
que era muito estranho. Mesmo assim, Pinky tinha a sensação de que sabia pra
onde deveria ir, e em pouco tempo, avistou novamente a estrada, que lhe parecia
estranhamente diferente. Olhou para o pulso e percebeu que estava sem relógio,
e como não enxergava o céu, não fazia ideia de que horas eram, mas devia ser
dia, pois ainda tinha clara visão das coisas. Foi andando pela estrada, esperando
ver algum carro, mas não teve sorte. De repente, Pinky ouviu o barulho de um
motor e uma buzina alta. Olhou para os lados, mas não viu nada, e então se
virou, somente para ver o enorme caminhão se aproximando cada vez mais, e
sentiu como se o tempo desacelerasse com a aproximação dele.
Pinky acordou em sua cama,
gritando e suado como um porco. “Que porra é essa? Sonho maluco do caralho! Eu
devo estar ficando louco.” Olhou pela janela, percebeu que já era dia e foi
comer algo e tomar banho. Tentava entender o sentido desse sonho maluco que
tivera enquanto comia suas torradas.
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