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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Pinky - As Melhores Putas da Pedro II

Por: Marcelo Berquó

- 300 reais? Puta que pariu! Qual seu nome mesmo, querida?

- É Judith, amor.

- Judith! Não fode comigo, Judith! Pensando melhor...fode sim, entra aí.

(Um telefone toca)

- Alô! Tadeu? Fala, Tadeu, beleza? Que que cê manda, véi? O quê? Tá de sacanagem, sério isso? Mas agora? Quê? Barulho? Ah, é o Arthur. Porra, dando o cu é que não tá né! Comendo uma puta. É, porra, no meu carro. Vai se fuder, Tadeu! Viado é a puta que te pariu! Foda-se! Tá, é pra ir agora? Ok, um abraço. (desliga) Arthur, goza logo aí que a gente tem serviço. Judith, toma aí 500 e depois eu volto pra uma chupada.

- Ah, que foda boa! Gostosa essa Judith hein, de onde você conhece?

- Cara, cresci do lado da Pedro II, de onde você acha?

- Hahahaha FDP! Mas e aí, que que o Tadeu queria?

- Cara, ele disse que o Jorge mandou o Almeida e um negão pro escritório dele pedindo ajuda. Diz que um comparsa do negão veio pra cá resolver uma parada de crack e tá todo fudido lá na Lagoinha. Pediu pra gente ir buscar o cara e dar uma ajuda.

- Porra, e como a gente vai saber?

- Cara, acho que não tem muito inglês de terno na Lagoinha não.

- Hahahaha vai tomar no cu, cara! Liga essa banheira aí e vamo vazar.

Pinky não conhecia os homens que chegaram num carro preto para busca-lo, mas pensava neles com tremenda gratidão. O que estava dirigindo perguntou (vou colocar os diálogos em português a partir de agora, mas imagine que os gringos falam inglês, e quem conversa com eles também):

- Cara, você tá bem? Seu chefe mandou a gente aqui pra te ajudar, entra aí. Meu nome é Marcelo e esse é meu sócio, Arthur. Você é muito louco, cara, tem sorte de estar vivo.

- Obrigado, cara. Não sei quanto tempo mais eu ia aguentar ficar vivo se vocês não tivessem aparecido. Meu nome é Pinky. Você disse que meu chefe te mandou? Que porra ele tá fazendo aqui?

- Sei lá, bicho. Pergunta pra ele, eu te levo lá.

E assim foram os três, dentro do Vectra, em direção ao escritório do Tadeu. O escritório do Tadeu é uma sala quente no centro de Belo Horizonte, com janelas pequenas que não abrem, um ventilador de teto velho que não funciona e toda coberta de carpete que um dia foi bege, e hoje estava mais pra laranja sujo do inferno. O Tadeu é um cara magro e narigudo, comprido, parecendo uma girafa. O serviço de advocacia era fachada, porque o Tadeu é o tipo de sujeito que conserta qualquer merda que você pedir pra ele, menos problema na justiça. A mesa dele fica no lado oposto à porta, e é a primeira coisa que todo mundo que entra vê.

Assim que os três chegaram lá, viram a mesa do Tadeu com o Tadeu, o Almeida e um negão de tatuagem na cara olhando pra eles. O negão, assim que viu Pinky, começou a gritar com ele, puto da cara:

- PORRA, FILHO DA PUTA! MALUCO DESGRAÇADO! VOCÊ FICOU LOUCO? QUASE PÔS TUDO A PERDER, SEU MERDA! EU DEVIA TE MATAR AGORA MESMO! COMO VOCÊ FAZ UMA COISA DESSAS? MALUCO!

Pinky ficou lá, recebendo os xingamentos, consciente da merda que tinha feito. Assim que o Chefe terminou de gritar com ele, foi em sua direção e lhe deu um abraço, o que deixou todos, inclusive o próprio Pinky, muito confusos. No meio disso tudo, o Marcelo queria saber que merda estava acontecendo e quanto ele ia ganhar por isso:

- Ok, ok, salvamos o cara que vocês pediram, agora eu quero saber que merda tá acontecendo aqui, o que mais eu vou ter que fazer e quanto eu vou ganhar no final? Almeida, qual é a parada?

- Então, cara, o negão aí se chama Earl e o parceiro dele, como você já sabe, é o Pinky. Eles vieram da Inglaterra num esquema de tráfico internacional. Pelo jeito o crack daqui é muito superior, e eles querem comprar uma porrada pra vender lá.

- Porra, eles saíram lá da puta que pariu e vieram pro inferno pra comprar CRACK? Eles sabem que essa merda não vale nada né?

- Aí é que tá, cara. Lá na Inglaterra, é muito raro ter, e o que tem lá é uma bosta. Se bem que não existe crack bom né. De todo jeito, o nosso aqui vale ouro pra eles, e eles querem muito. Aí que entram vocês dois. Vocês vão ajudar nosso camarada Pinky aqui a fazer as compras. Eles ofereceram uma grana boa pra cacete.

- Valor, Tadeu. Eu quero saber quanto a gente ganha pra se rebaixar a esse nível.

- 1 milhão de libras. Pra cada um.

- Porra, isso é dinheiro pra caralho, Tadeu. Eu tô dentro. Arthur?

- Porra, nem precisa perguntar, cara!

- Então é isso, caras. Agora façam o favor de levar nosso amigo Earl aqui pro aeroporto, que ele tem coisa pra resolver na Inglaterra. Pode ser o Carlos Prates mesmo que ele tem um jatinho lá. Depois vocês pegam o Pinky e vão com ele praquele apartamento seu.

- Beleza. Vambora, Arthur.

- Vamo lá, Belchior.

- Hahahahaha vai se fuder, cara!

E saíram.



Notas do autor:
- Avenida Pedro II é uma das vias de acesso ao centro de Belo Horizonte

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