Aqui nesse buraco que alguns
chamam de bar, bebendo esse whisky fraco num copo sujo, vendo o lixo e a
degradação do ser humano, eu percebo que eu podia estar bem pior. De onde eu
estou, consigo ver três prostitutas, cinco mendigos espalhados pelo chão, dois
bêbados se arrebentando de porrada, um cara perto da porta todo vomitado que
até agora não sei se está vivo ou morto e o único ser humano decente daquele
lugar além de mim: o barman. Um dos bêbados veio pra cima de mim depois de
finalizar o outro com um direto no queixo. Nessa hora eu tive que me controlar:
a tentação era forte, a arma estava praticamente pulando para a minha mão e
ninguém ia sentir falta de um bêbado velho e sujo. Mas eu me controlei. Ele
chegou perto de mim, frente a frente, disse meia dúzia de coisas que eu não
entendi e começou a vomitar aquela merda toda que tinha dentro dele em cima de
mim. Meu autocontrole foi pro caralho. Dois tiros e ele estava no chão, agora
com sangue se misturando ao vômito que ainda saía da boca dele. As prostitutas
saíram correndo e gritando, os mendigos não estavam nem fodendo pra mim e pro
resto, o cara vomitado se levantou, olhou pra mim, vomitou mais um pouco e caiu
de novo, acho que morreu dessa vez. E o barman olhou pra mim e puxou uma Shotgun,
gritando comigo que eu era louco e que já era a quarta vez e que não me queria
mais no bar dele. Ainda bem que eu já estava com a arma na mão e numa posição
boa. Foi só um na testa, e a parede de trás do balcão recebeu uma bela pintura
vermelha.
Eu gostava pra caralho daquele
barman. Porra, pra que aquele escroto foi puxar uma arma pra mim? Agora eu acho
que vou ter que achar outra bodega pra passar os dias. Meu apartamento eu só
usava pra dormir. Tava muito fodido. Vivi naquela merda de lugar durante 10
anos, e agora querem me botar pra fora. Porra, eu praticamente construí aquela
merda sozinho! Mas foda-se também, essa merda já me encheu o saco. Quero só ver
eles mandarem alguém pra me tirar de lá. Porra, eu preciso de uma mulher.
Naquele puteiro eu já fui muito.
Já tinha até uma preferida, mas hoje ela não estava, tava de folga. Pedi pra
dona a mais nova que ela tinha. Me deu uma de 16. Beleza, eu gostei dela:
loirinha, peitinhos duros e grandes pra uma menina daquela idade, bocetinha
raspada, perfeita. Perguntei quanto ela cobrava, ela me disse que dependia do
tempo. Pra mim, 2 horas bastavam, mas queria que ela passasse a noite lá em
casa. A dona deixou, ela concordou. Ia ficar caro, mas ia valer a pena no final
das contas.
Realmente valeu. O sexo era bom,
selvagem, quente, furioso, mas ao mesmo tempo gostoso e suave. Ela era muito melhor
que a minha outra. Era minha nova preferida. Dei dez mil pra ela, pedi pra ela
não contar pra dona, ela disse que tudo bem. Agora ela era minha. Sempre que eu
quisesse era só ligar que ela vinha. Talvez até se mudasse pra cá. Eu pagava
muito melhor que os imbecis sujos que ela costumava atender. Ofereci um
cigarro, ela aceitou. Ficamos lá fumando até amanhecer, depois ela foi embora.
Tomei um copo do meu whisky e fui dormir. Acordei ao meio dia com a velha
desgraçada que recolhia o aluguel batendo na minha porta. Porra, já era dia
primeiro? Paguei a múmia e mandei ela sumir. Tomei um banho, vesti uma roupa
qualquer e fui comer alguma coisa por aí.
No restaurante, todos me
encaravam, como se eu não pertencesse àquele ambiente. Claro, porra! Eu me
vestia que nem um mendigo, não fazia barba há algum tempo, não usava nem um
relógio. Mas eu tinha dinheiro sim. Se dei dez mil pra uma putinha adolescente,
é porque eu tinha dinheiro, porra! Esses riquinhos desgraçados podiam ir todos
pro inferno, pra dormir abraçadinhos com o capeta. Terminei de comer, paguei e
saí. Aquele ia ser o próximo lugar que eu ia queimar. Já tava querendo mulher
de novo. Liguei pra putinha, pedi pra ela se preparar pra passar uns dias na
minha casa. Comprei umas roupas de gente pra ela, e passei a pedir comida em
casa. Éramos felizes, o sexo era ótimo, ela estava feliz, não tinha
preocupações de mulher e nem frescuras de adolescente. Era perfeita. E eu
estava feliz também. Até o dia em que os porcos vieram até meu apartamento.
Dois policiais mortos no chão do
meu apartamento, uma menina apavorada, tremendo de medo e coberta de sangue que
não era dela. É, eu tava muito fodido. Paguei o que faltava pra completar um
ano de aluguel, peguei as coisas importantes pra mim e fui embora daquele
buraco. Perguntei pra garota se ela morava sozinha, ela disse que sim. Beleza,
agora vamos morar juntos na casa dela. Ela me garantiu que polícia não passava
lá. Todos no prédio achavam que ela era estudante, e não incomodavam. Era
perfeito. Finalmente minha vida estava se acertando.
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